17 horas em Lisboa


Cada esquina que virei me lembrava um pouco Recife.

Meu lado arquiteta estava em êxtase e não sabia pra que lado olhar exatamente. Tantas coisas lindas: nas paredes, nas portas, nas janelas, nos pisos. Até as luzes tem um brilho diferente das dos outros lugares que passei.

Me perdi e me encontrei algumas vezes pelas ladeiras. Me senti em Olinda nesse sobe e desce muito louco.

Me arrisquei a sair meio errante pelas ruas.

Faz menos frio que Londres e menos calor que o Brasil. Penso ser essa uma ótima transição de estações.

Andei bastante absorvida em meus pensamentos. Mas a cada 3 esquinas tinha algum brasileiro me puxando - quase arrancando - de volta pra realidade com “Chico se tu me quiseres…”

Me questionei indignada se essa música enjoada não desgruda da cabeça de ninguém “porra, até aqui!?”.

Mais alguns passos e ponderei por alguns minutos, numa briga interna entre meu eu festeiro e caseiro, se queria seguir pra um bar badalado ou só comer uma comidinha gostosa e voltar pro hotel.

Acho que estava com um sentimento de “fear of missing out”.

Muita coisa pra ver, pouco tempo pra viver na cidade. Acabei me convencendo que em breve estaria de volta quando eu topei numa outra esquina com um tapas e vinhos.

Pra minha surpresa o garçom só falava inglês. Sorte! Descobri que entendo melhor inglês do que o português de Portugal.

Pedi uma salada de polvo. Sangria da casa. Um copo de água. Bolinhos de bacalhau.

Viveria facilmente essa vida.

Mandei mensagem para uma grande amiga que eu tenho certeza que viveria facilmente essa vida comigo também.

Paguei a conta, peguei o metrô. Voltei pra casa.

O melhor de tudo é que me despedi de Lisboa com mais encontros do que eu esperava ter. E com sentimento de que ainda tenho muita coisa pra viver por ali.

p.s.: leve sempre em conta que na estimativa do google maps tem que ser adicionado pelo menos 500m de ladeira acima para cada minuto do percurso.

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